sábado, 19 de agosto de 2017

Midnight thoughts.

Eu poderia ter tido o mundo.
Damn, eu já tive o mundo. Eu já vivi o que sonhei, eu já amei o que devia ser amado, já morei onde sonhava.
Eu poderia ter tido o mundo. Mas o mundo foi embora e me deixou aqui.
7 bilhões de pessoas e eu sou apenas uma sombra pesada, atrapalhada. Eu sou o Midas ao inverso. Tudo que toco, vira merda.
E agora eu desisti. Desisto de ser feliz, desisto de tentar.
Essa é a minha história, essa é a minha vida. Mas continuo vivendo nos "what if".
Cansei. Só isso, cansei.

sábado, 5 de agosto de 2017

Love?

Nesses anos vividos, fui aprendendo muitas coisas, obviamente. Oras, aprender é parte do crescimento. Mas uma foi me intrigando de grande forma. Um sentimento, uma sensação, uma doença, o que quiserem chamar; amor.
Por que temos tanto medo de falar que amamos alguém? Por que existe esse "tabu" em dizer as tão temidas e desejáveis três palavras? Medo de má interpretação? Medo de não ter reciprocidade?
Acho que nessas horas temos mesmo é que "se jogar". Sem medo. Se sente, diga. Muito cedo? E daí?É o seu coração, é o seu sentimento! E vai dizer que não é bom ouvir um querido "eu te amo"? E não precisa ser romântico, não. Um "amo você" de um amigo ou familiar também é maravilhoso e faz um bem danado pra gente.
Mas, e se não recebe um "também", o que fazemos? Ficamos nos remoendo? Não. Sentimentos são feitos para... tcharan, serem sentidos! E sim, serem demonstrados!
Se estiver triste, chore. Se tiver feliz, sorria. Se estiver com raiva, grite. E se estiver amando, ame! Fale!
"Mais amor, por favor". Hoje, amanhã e sempre.



"Love is what we were born with. Fear is what we learned here" - Marianne Williamson

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

[RE]:Born

Ao longo de nossas vidas, parece que vivemos em "ciclos". Eu, pessoalmente, tive vários deles. Os mais antigos, não consigo me recordar plenamente, mas fizeram parte de quem eu sou. Pra deixar claro, isto não é uma autobiografia ou qualquer coisa parecida. Isso é uma reflexão para que eu mesma possa entender e juntar os quebra-cabeças.

- 2004: mudança de colégio. Entrei para um grupo de teatro que me fez capaz de expor os meus sentimentos através da arte, e, assim, diminuir um pouco a minha introversão.
- 2005: o primeiro ano que eu entendi um pouco o que era bullying, mas não aceitava que era isso que estavam fazendo comigo. Meu irmão nasceu e comecei a realizar as responsabilidades.
- 2006: agora sim entendi o que estavam fazendo comigo. Não era fácil. Eu era apenas uma criança querendo ser criança e julgada por não seguir o rápido "amadurecimento" dos colegas. Nesse ano, entrou uma pessoa diferente na minha família, que na época parecia tudo tranquilo.
- 2007: conheci a pessoa que se tornou a minha amiga de mais longa data até hoje. Minha vó faleceu e eu não entendia muito isso. O bullying aumentou ao ponto de pedir para mudar de colégio novamente.
- 2008: comecei o ano em uma escola. Ainda era a estranha da turma, mas me conformava. Fui assaltada e tivemos que mudar de casa, e, consequentemente, de escola. Lá, eu vivenciei o bullying MESMO. Ao ponto de me chutarem, de jogarem as minhas coisas no chão, rasgarem as minhas coisas, rirem de mim e ser xingada... Desmaiar de tanta pressão e acordar com os mesmos rindo e apontando pra minha cara. As relações em casa também não estavam fáceis.
- 2009: Troquei de colégio novamente. Finalmente me encaixei numa "turminha". Foi a primeira vez que eu percebi que havia algo de estranho mentalmente comigo. Ninguém acreditou, achou que era frescura. Fui vivendo do jeito que dava. Comecei a ser nômade, mudando da casa de um parente para o outro.
- 2010: Fui correr atrás de um dos maiores sonhos da minha vida. Dancei muito. Consegui concretizá-lo e estava tudo pronto pro ano seguinte. Ainda uma nômade. Me senti abandonada. 
- 2011: 6 meses de espera intermináveis e muita dança. 6 meses de felicidade, apesar de todas as confusões. Eu finalmente realizei um dos meus sonhos. Eu estava no intercâmbio.
- 2012: 6 meses de alegria e montanhas russas emocionais. 6 meses de vazio profundo por ter deixado a "vida perfeita" para trás.Sentimento de abandono novamente. De cara com a "forçada independência". Voltei a dançar, Corri atrás e tive uma ótima oportunidade de crescer profissionalmente, mesmo sendo menor de idade.
- 2013: Trabalhando mas enfrentando a própria mente. Primeiro beijo. Primeiro namorado. Primeira "minha casa" e primeira vez que me deixei ser iludida.

Agora, vem a parte crucial do que me fez ser quem eu realmente sou hoje.
- 2014: PROCURA
Eu não podia mais ficar sem amparo. Eu sabia que precisava de ajuda. Primeira psiquiatra. Primeiras medicações. Federal. Pressão. Términos. Pressão. Não ter mais controle de mim. Pressão. Largar medicações. Pressão. Ajuda! Internação. Seguir em frente. Largar a vida que tinha e seguir em frente em um novo ambiente. Mudanças.
- 2015: ACEITAÇÃO
Eu fui tola em pensar que simplesmente mudando de ambiente eu ficaria sem nenhum problema. Tola mesmo. As "crises" ficavam cada  vez piores.  Eu aceitei que aquilo não era saudável e que precisava sim continuar procurando ajuda. Não existe um potinho mágico com regen de HP que faça tudo desaparecer. Faculdade nova, amigos novos, relacionamento novo. Outro ciclo, outros traumas. Mas eu consegui finalmente aceitar quem eu sou e não ter mais vergonha disso.



- 2016: RENASCIMENTO
É mais que óbvio que este ano não foi fácil para ninguém. E eu sei que não vai ser uma virada de dia que vai resolver tudo. Mas, nesse ano, eu aprendi muito. Eu abri os meus olhos. Eu caí, caí mais uma vez e caí com tudo. E quem aguentou todo esse tranco merece um grande chocotone da Nestlé, porque olha... Cheguei num ponto sem saída. Ou era a minha saúde ou era o fim. Eu resolvi lutar. Se eu estou aqui até hoje depois de tudo que aconteceu, é porque eu tenho algo muito importante para realizar ainda. Se Deus não me deixou ir embora e insiste em mim, então eu vou honrá-Lo. Tenho a minha fé. Fé Nele, fé nos meus amigos, na minha família, no meu amor, no amor próprio, na minha força de vontade e, com certeza, em mim mesma. Eu não tenho mais medo de mim. Eu renasci. Eu controlo o meu corpo, eu controlo a minha mente e não deixarei tudo isso voltar. Eu sou quem eu sou, quem eu era, quem eu tive que ser e quem eu me tornei depois de tantas experiências.

"I must change my life so that I can live it, not wait for it" -  Susan Sontag, Reborn: Journals and Notebooks, 1947-1964


Apesar de tudo, termino esse ciclo com gratidão. Com um sorriso no rosto mesmo quando as lágrimas caem. Eu estou aqui. E eu estarei até quando realmente for a minha hora de estar.

domingo, 8 de novembro de 2015

Haters.

O que será que faz uma pessoa ter tanto ódio no coração?
Engraçado como a gente vive brincando com "odeio isso" ou "odeio aquilo", mas vocês já sentiram ódio de verdade?
É assim que acontece quando você se expõe nessa rede global. Você pensa que tudo é pela diversão. E uma hora, o que acontece? Ódio. Alguém chega para você e simplesmente começa a te odiar.
A pessoa em si pode até ter um motivo, mas será que é correto? Será que é justo? Não dá para odiar alguém apenas com suposições e assumindo que o que está escrito nas redes sociais é a pura verdade.
Mas tem gente que odeia. Tem gente que tem amargura no coração e parece que só quer causar dor para ver o sofrimento da outra parte. Uma vingança? Quiçá, porém como há vingança se não há algo para se vingar?
A questão é, entre linhas tortas, palavras ferem as pessoas, por mais escudos que elas tenham, por mais suporte que tenham. É como aquele velho ditado, " água mole, pedra dura, tanto bate até que fura". Pois bem. De tanto ódio, eu sucumbi. Eu desisto.
Então, parabéns. Você conseguiu. Espero que um dia se arrependa do que fez e que tenha consciência do que causou.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Agridoce



A vida foi me tornando agridoce.
Eu sempre fui doce. Mas não aquele doce que é pegajoso, que você consegue em qualquer lugar. Um doce que você consegue só de vez em quando, numa ocasião especial, mas quando você experimenta pela primeira vez, não quer mais largar.
Eu era assim, doce. E eu me sentia feliz em entregar a doçura aos outros.
Porém, tomaram tudo de mim, e não sobrou mais nada. O que era doce, se tornou salgado, azedo. Amargo.
E não tendo mais o açúcar, não tinha mais os aproveitadores. Ao mesmo tempo, a acidez de minhas palavras afastaram quem estava lá por gostar de mim mesma, não apenas do que eu oferecia.
E assim, me encontrei sozinha. Eu e a amargura da vida. E me sentia bem desse jeito. Não que eu não tivesse ninguém em volta, apenas quem estava lá estava por obrigações sociais, na maioria das vezes. E eu vivia bem assim. Vivia escondida na minha barreira, e raramente deixava alguém espiar atrás dela. 
Até o dia em que abri as portas desta muralha. Surpreendentemente, ainda tinha um pouco de açúcar lá, escondido. Contudo, não foi o suficiente, pois quando ele acabou, sobrou a acidez e acabei sozinha novamente. 
Desta vez, sozinha e sem muralhas.
Me vendo nesta situação, resolvi mudar. Resolvi tomar as rédeas da minha própria vida. Agora, eu crio a minha doçura, mas ela se mistura com o salgado das memórias e dificuldades de tudo que já aconteceu. Alguns vêem o doce, alguns só sentem o amargo. Os que realmente me conhecem, hoje, já vêem que sou uma mistura dos dois, e que dá pra viver assim, como uma calda de caramelo salgado.
A vida me tornou agridoce. E eu sei que posso ser feliz assim.